quinta-feira, 1 de setembro de 2011

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Embora minha mãe tenha dormido a noite toda, acordou as 5,30 e imediatamente começou a gritar: “ABRE ESSA PORTA! ABRE ESSA PORTA!”  Por sorte eu acordei as 5,15 e às 5,40 eu já estava lá.  Já cheguei falando:  “Porque esse escândalo a essa hora?”  Ela que estava gritando de olhos fechados, abriu os olhos e quando me viu se calou e tornou a deitar.  Disse a ela que continuasse deitada, sem gritar, pois eu iria preparar o café da manhã.  Ali ela permaneceu.
As 6hs já com o café pronto, o leite quente e os sanduiches prontos, fui até o quarto e desliguei o ventilador.  Ela abriu os olhos (um olhar estranho) e pediu para ir ao banheiro.  Levei-a ao banheiro e depois se sentou na sala para comer.  Acabou de comer e tornou a se deitar, disse que queria voltar pra cama.  Falei que tudo bem desde que ela ficasse quieta.  Tornei a dizer que não queria gritos.  Ela permaneceu deitada até as 7,30. 
Levantou-se e foi para a cozinha a procura de comida.  Falei com ela para se sentar (eu já havia preparado o mamão com sucrilhos que ela come todos os dias).  Comeu tudo e tornou a se levantar dizendo que iria na cozinha.  Perguntei o que ela queria na cozinha e ela respondeu alguma coisa para comer.  Falei que ela já tinha comido e perguntei se ela ainda estava com fome.  Ela disse que sim.  Dei uma banana pra ela mas não foi o suficiente.  Ela ainda queria mais.  Então dei alguns biscoitos e um copo de mate.  Ela comeu tudo como se estivesse desesperada de fome.  E queria mais... então mudei de assunto e convidei-a para caminhar.  Ela aceitou... ufa!
Demos algumas voltas dentro de casa e ela logo se cansou e pediu para deitar no sofá. 
Passou o dia alternando entre seu estado normal e crises.
Após o soninho pos-almoço começou a gritar pelos vizinhos, até que alguns deles apareceram para ver o que estava acontecendo.  Viram o quanto ela estava nervosa mas compreenderam que era da doença.
Minha mãe tentou tirar a roupa hj, mas a cuidadora a impediu de fazer isso, falando que se ela tirasse a roupa ficaria resfriada.
Quando cheguei do trabalho, a vizinhança estava toda na janela conversando com meu pai e minha mãe no quarto aos berros "ABRE ESSA PORTA!" com todas as portas abertas e a luz do quarto acesa.  Quando entrei no quarto parecia que tinha passado um furacão.  As gavetas estavam no chão e tudo que estava dentro das gavetas também.  Assim que ela me viu e me ouviu (já fui pedindo para que ela parasse com o escandalo) ela se calou.  Dei os remedios e em cinco minutos ela dormiu.
Estou numa situação que so Deus pode me ajudar.  Me expliquei com os vizinhos e pedi desculpa pelos constantes gritos.  Expus a eles a doença da minha mãe, e disse que essa fase em que ela se encontra é muito dificil.  Ela se torna agressiva, tem constantes variações de humor e comportamento alterado.  Falei tambem que eu não tenho coragem de interná-la, porque ela ainda está lucida.  Eles concordaram comigo e acho que entenderam tudo o que falei. 
Hoje converso com o medico dos medicos.  
Amanhã vou conversar com o médico dela.  Estou desorientada. Não sei o que fazer.

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