sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Semana 26 a 29 de setembro

Depois que o Geriatra introduziu mais um comprimido de risperidona, o comportamento da minha mãe melhorou um pouco.


Ainda ocorrem alguns períodos de agitação, mas que está sendo contornado com muuuuiiiitaaaaaa paciência.


Meu pai está sendo um verdadeiro HERÓI!  Está me surpreendendo mesmo, por tudo que ele tem feito e suportado!



APAZ RJ

Ontem estive na Apaz (Associação de Parentes e Amigos de Pacientes com Alzheimer).

É uma associação sem fins lucrativos, formada por familiares e profissionais, com o fim de dar apoio aos cuidadores de pacientes com Alzheimer.  Já tinha conhecimento através da internet, mas fiquei impressionada com o atendimento que eles tem por nós cuidadores.  Carinho, atenção, orientação.... amei o modo como eles me receberam. 

Me orientaram no sentido de eu ter sempre muita paciência com todos os comportamentos agressivos e incompreensíveis da minha mãe.  Mas também frisaram de uma maneira muito clara, que todo o ser humano tem um limite, e nós precisamos descobrir o nosso limite.  Na entrevista, aprendi que asilar, as vezes, é muito melhor que isolar.  

Existem portadores de alzheimer que muitas vezes estão asilados e isolados dentro de suas proprias casas, o que infelizmente é muito triste.

Assim como existem portadores de alzheimer que moram em asilos e tem muitos amigos.

Eles me ofereceram apoio psicológico gratuito, pelo tempo que eu necessitar.  E no momento estou precisando muito!!  Segunda feira terei a minha primeira sessão com a psicóloga.  Estou bastante esperançosa!!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Parabéns mãezinha!

Ontem (27/9) minha mãe completou 81 anos de idade.
 
Um dia que teria tudo para ser feliz, foi o dia mais triste para mim.  Não pude parabenizá-la pelo seu aniversário.  Beijei-a, abracei-a, comi bolo ao seu lado, mas em nenhum momento pude deixar transparecer o porque daquele bolo.  Disse a ela que o era para o lanche da tarde.

Isso tudo, porque atualmente, tudo de novo que acontece, qualquer informação nova, altera muito o seu comportamento.  Ela fica extremamente agitada indo até a agressividade.  Pensando em como poderia ficar durante a noite, eu e meu pai, decidimos não mudar em nada a rotina dela para que nós pudessemos ter uma noite de sono tranquila.

Meu pai desconectou o telefone, os parentes ligaram para minha casa querendo falar com ela e ao saberem da situação todos ficaram muito tristes.

Fui  no clinico geral dela, que de agora em diante passará a ser o seu geriatra agora.  Ele mandou ela tomar um risperidona a noite juntamente com o calmante.  E graças a Deus ela dormiu a noite toda.  Um presente de aniversário merecido por ela, pelo meu pai e por mim, que temos passado noites bem agitadas.

Só espero que esse remédio continue a faze-la dormir assim... e que não dure somente uma noite como os demais remédios que ela tem tomado.  Agora, me resta aguardar pelas noites que virão.

Após o lanche começou a agitação:
-        -  Orlando, vamos embora?
-       -   Pra onde Armanda.
-       -   Pra casa...
-        -  Mas vc já está em casa Armanda.

passados alguns minutos:
-        -  Orlando, vamos embora?
-       -   Pra onde Armanda.
-       -   Pra casa...
-        -  Mas vc já está em casa Armanda.

e isso se repetiu algumas vezes... e ela chorava sem conseguir entender.
-        -  Orlando é de dia ou de noite?
-        -  Está de tardinha, mas ainda não está de noite.
-        -  Então vamos embora Orlando!
-        -  Mas nós já estamos em casa Armanda.

O choro recomeçava.
Até que eu falei:
-      - Mãe vamos dar uma volta na garagem? Vamos ver se o carro da Cintia está na garagem?
-      - Vamos
-     
 Caminhamos um pouco e ao chegar em frente a porta dela falei:
-        -  Pronto mãe, chegamos em casa né?
-        -  É

Nisso as pernas delas começaram a tremer e ela caiu...
Foi uma luta mas eu e meu pai conseguimos levanta-la e leva-la para a cama.

Mas quem disse que ela ficou deitada, toda hora queria se levantar.  Tinha tomado um Risperidona as 16 hs e as 18 hs ainda estava agitada.  Depois de muito insistir, depois de muito deita e levanta ela finalmente ficou deitada ao lado do meu pai.  Fiquei de voltar mais tarde para dar os últimos remédios antes dela dormir.

Qdo voltei, meu pai disse que ela não dormiu quando eu saí... mas que ela ficou numa boa conversando com ele, cantando... Coloquei a fralda, tomou os remédios, se queixou um pouquinho da fralda e acho que quando saí ela já estava dormindo.  Dormiu até as 7 hs da manhã, mas acordou um pouco mole, sem forças nas pernas.   Dei o café da manhã dela e qdo me virei para colocar o prato na pia, ela se levantou e sem forças, caiu.  Mais uma vez eu e meu pai nos contorcemos para colocá-la no sofá... parece que o peso dobra quando ela cai.


domingo, 25 de setembro de 2011

Crise

Hoje presenciei uma crise da minha mãe.  
Agitação, nervosismo, mudança de semblante, teimosia, agressividade, gritos, xingamentos, ofensas, socos...
Meu pai e a cuidadora olhavam como se nada estivesse acontecendo, mas para mim, que foi a primeira vez que presenciei aquilo, me deixou muito transtornada e incapaz.  Nada que eu pudesse fazer para conter aquela cena.  
Meu pai diz que todas as noites dele são assim...  Coitado do meu pai!
Percebi o quanto eu sou fraca.  Agi como uma criança assustada e chorei.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Bom dia!

Hoje ao chegar na casa dela pela manhã ela estava cochilando.  De repente abriu os olhos e logo se levantou.  
Então eu falei: "Bom dia, como dorme heim?"  Ela respondeu:  Estou acordada já faz tempo ... acabei de chegar em casa!!"

Mais tarde ela perguntou para a cuidadora se ela aplicava injeção na veia.  A cuidadora respondeu que não, que ela não era enfermeira. 
"Pois eu já apliquei injeção na veia!"  disse ela.  E relatou, em detalhes, um fato ocorrido há alguns anos atrás, em que ela foi chamada pra socorrer um paciente atropelado na Presidente Vargas!!


Os dias de minha mãe tem sido tranqüilos graças ao bom Deus.  Parece-me que finalmente a medicação está agindo corretamente.  Não dorme a noite toda, mas o pouco que dorme já a satisfaz.  Acorda super bem disposta, com muito apetite, querendo caminhar.  Espero que esse novo comportamento dela perdure.  No mais, ela está reagindo normalmente de acordo com o estagio da doença...
Alguns comportamentos dela me lembram o comportamento de uma criança.  Na verdade ela se tornou uma criança.  Na hora da refeição, por exemplo, antes dela comer o que está no prato dela, ela dá uma colherada no prato dos outros (quando não é do meu pai é da cuidadora).  Hoje no café da manhã, dividi o pão dela em dois pedaços, para facilitar... mesmo antes dela comer o que estava na mão dela, já queria pegar o outro pedaço...rs
Outro comportamento que está bem acentuado nela é o ciúme do meu pai... rs.  Ninguem pode falar com ele e nem ele pode falar com ninguém... ela repreende na hora se ele começa a conversar muito...rs   
Quando estamos conversando, eu e meu pai , ou eu e a cuidadora, vejo que ela olha fixamente para nós como se estivesse tentando entender o que estamos conversando.  Percebemos o quanto é difícil para ela entender o dialogo que ela ouve ao redor.

domingo, 18 de setembro de 2011

Desmotivação

Pois é, tenho andado sumida por aqui...  Na verdade não tenho muitas novidades.  As coisas não mudaram mto.
Minha mãe continua tendo periodos de tranquilidade alternando com crises de gritos... Esqueceu da porta.  Atualmente fica gritando por pessoas, a grande maioria, desconhecidas.   Grita durante uma a duas horas depois para de gritar do nada... e mais tarde não se lembra de nada.  Acho que o médico ainda não conseguiu acertar com a medicação.  A noite passada ela não dormiu.  Tirou alguns cochilos hoje.  Vamos ver como será a próxima noite.
Amanhã visitarei o neuro dela para pegar uma declaração de incapacidade de minha mãe, pois preciso iniciar logo a sua ação de interdição.  Aproveitarei para conversar mais um pouco com ele sobre essas crises de grito.  
Que Deus nos dê uma semana de paz!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Levei minha mãe hoje ao geriatra.

Devido a grande dificuldade de andar em que ela se encontra atualmente a levamos na cadeira de roda.  A primeira pergunta que ele fez foi se ela andava.  Eu disse que ultimamente devido a grande dificuldade para andar em que ela se encontrava, a levamos na cadeira para evitar que ela caísse na rua.  Ele já foi dando bronca, dizendo que se ela se acostumasse na cadeira jamais sairia dela.  Disse que ela estava acima do peso e que nós deveríamos obriga-la a caminhar.  (mesmo correndo o risco de ela cair e sofrer uma fratura?)
Depois ele me perguntou:  “Porque você a trouxe aqui?”  Medico idiota.  Se a gente procura um médico certamente não é para brincar nem para ver se ele está bonito ou outra coisa qq.  Falei que ela se tratava com um neuro e que na verdade eu estava em busca de uma segunda opinião.  Ele me perguntou quais os remédios ela tomava e mostrei-lhe a relação de remédios.  Ele dobrou a folha, fez menção a três remédios e pediu que eu procurasse a opinião de um segundo neurologista; que ele achava que ela tomava remédio demais. (isso eu tb acho) mas e daí?  
Ele nem  tocou na minha mãe para examina-la.  A única coisa que ele fez foi tirar a pressão com aquele aparelho de pulso que a gente compra na Casa e Video.  Pediu um rol de exames e disse que voltasse nele quando os exames estivessem prontos.  NÃO FEZ TESTE NENHUM.  Ele se diz Geriatra.  O que é um Geriatra?  Médico especializado em geriatria.  O que é Geriatria? Ramo da Medicina que se ocupa das doenças e das condições gerais da vida dos velhos. Se eu voltarei nele?  NUNCA MAIS.
Ele disse que seria anti-ético trocar a medicação da minha mãe, não sendo ele um neurologista. que a única coisa que ele poderia fazer era cuidar da parte física dela.
Ou seja: perdi meu tempo e minha mãe sofreu, pois ela estava angustiada de ter que esperar pelo médico que se atrasou no mínimo 2 horas, sem entender o que estava acontecendo.  Ela chorava na sala de espera.   Que sofrimento pra ela e pra mim de vê-la naquele estado.
O nome desse “médico”: Mario Augusto Martini 
É mais um que entra pra lista, cada vez maior, de médicos incompetentes deste país.

Spray de insulina ajuda memória de pessoas com Alzheimer--estudo


Por Julie Steenhuysen
CHICAGO (Reuters) - O uso diário de um spray nasal de insulina ajudou a melhorar o raciocínio e memória de portadores do mal de Alzheimer, disseram pesquisadores dos EUA na segunda-feira.
O estudo foi limitado a 104 pacientes com sintomas leves a moderados da doença, ou então com um distúrbio precursor do Alzheimer, a deficiência cognitiva amnésica branda (aMCI, na sigla em inglês). Mesmo pacientes submetidos a uma dose menor também tiveram melhora ao se lembrarem de detalhes de uma história, após um pequeno intervalo.
"Nossos resultados sugerem que a administração da insulina intranasal pode ter um benefício terapêutico para adultos com aMCI ou mal de Alzheimer", escreveram Suzanne Craft, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em Seattle, e colegas dela, na revista Archives of Neurology.
Especialistas alertam que os resultados precisam ser confirmados em estudos maiores e mais prolongados, mas dizem que o resultado é bem-vindo num momento em que há poucos tratamentos efetivos para os problemas de memória que atingem os portadores do mal de Alzheimer, uma doença degenerativa incurável.
Os participantes do estudo foram aleatoriamente distribuídos em três grupos: 36 participantes receberam uma dose moderada de insulina pelo nariz diariamente; outros 36 por cento receberam uma dose diária maior; e 30 pacientes usaram um placebo, durante quatro meses.
Os participantes eram chamados a recontar uma história imediatamente depois de ouvi-la, e após um pequeno intervalo. O grupo que recebeu a dose moderada, de 20 unidades internacionais (IU), se mostrou mais capaz que o grupo do placebo para recontar a história. O grupo que tomou a dose mais elevada (40 IU) não teve diferença em relação ao grupo do placebo.
Ambos os grupos que usaram insulina, no entanto, demonstraram melhoria na capacidade de raciocínio num teste chamado ADAS-cog.
"Tomados coletivamente, esses resultados oferecem um impulso para futuros testes clínicos", escreveram Craft e seus colegas.
Estudos anteriores já haviam sugerido uma ligação entre o mal de Alzheimer e a diabete tipo 2. Além disso, vários estudos sugerem que a ingestão nasal de insulina - que leva a substância apenas para o cérebro - pode melhorar o desempenho de ratos diabéticos que foram geneticamente manipulados para desenvolverem Alzheimer.
Cerca de 35 milhões de pessoas no mundo todo sofrem do mal de Alzheimer, a forma mais comum de demência. Os medicamentos atuais tratam os sintomas, mas não há drogas capazes de conter a progressão da doença, que é fatal.
(materia do Uol - 16/9/11)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O médico certo

Um final de semana complicado... não abandonei o blog estava esperando os acontecimentos para poder colocar tudo de uma vez.

A sexta-feira começou encontrando minha mãe caída no chão ao lado de sua cama.  Meu pai disse que ela passou a noite extremamente agitada e para tentar conte-la deu um comprimido de calmante, que não a acalmou, só deixou-a mais tonta e acabou caindo da cama.  Liguei imediatamente para a ambulância, pois uma queda assim para quem tem osteoporose é mto perigoso.  Graças a Deus a ambulância chegou e constatou que os sinais vitais dela estavam preservados e que não havia nenhuma fratura.  Ela estava extremamente tagarelante... falou durante toda a manhã, coisa desconexas, sem sentido algum, mas falou mto naquela manhã.  Só ficou mais tranquila após o almoço.  Nesse meio tempo fui até o Neurologista dela para explicar a situação.  Dizer que o medicamente que ele havia passado a noite para ela dormir (Seroquel - 2 comprimidos) não estava surtindo o menor efeito.  Ele, então, suspendeu o Seroquel e receitou o Risperidona 1mg (1 comprimido pela manhã e 2 a tarde).  Saí do consultório otimista, acreditando que tudo daria certo.  A noite dei os 2 comprimidos de Risperidona e logo ela dormiu.  Dormiu de sexta as 20 hs até as 10 hs do sábado.

No sábado, ao acordar, percebi que ela estava meio tonta.  Talvez por que tivesse dormido muito... tomou o café da manhã e após dei os remédios das 8hs juntamente com 1 comprimido de Risperidona.  Passou o sábado tranquila, sem gritar, mas a dificuldade para articular as palavras e se movimentar era grande.  Ela mal conseguia levantar os pés do chão.   O que teria acontecido?   Efeito colateral do Risperidona??  Ela não tinha tomado nenhum calmante.  Quando foi a noite, na hora da colocação da fralda notei que as pernas delas estavam meio duras, não dobravam.  Foi difícil colocar a fralda.  Dei novamente os 2 comprimidos de Risperidona conforme o medico havia prescrito às 8hs (horário normalmente em que ela vai se deitar).

Às 9 hs meu pai me ligou dizendo que minha mãe havia se perdido dentro de casa.  Ele não conseguia encontrá-la.  Corri pra lá, e ao chegar, encontro-a sentada ao lado da mesa de telefone, quietinha, com os olhos arregalados de terror.  Perguntei o que ela fazia ali e ela me disse que tinha um homem no quarto tentando matá-la.  Tentei convencê-la e ir para o quarto dizendo que aquele homem era meu pai e que ele não iria fazer de nada de mal pra ela.  Foi dificil levá-la para a cama.  Além das pernas que mal se mexiam ela gritava muito por causa do "homem que queria matá-la".  Aos poucos deitei-a e passei a mão em sua cabeça para acalmá-la mas não houve jeito.  Quanto mais eu tentava tranquiliza-la mais ela gritava.  Meu pai e eu decidimos dar um calmante pra ela.  Ela ficou mais calma então voltei pra casa.  Fui para casa e chorei mto nos braços do meu marido.  Estava muito triste pois todas as tentativas de remédio com minha mãe não davam certo.... eu estava cansada... Às 10hs, o telefone toca novamente.  Era meu pai dizendo que minha mãe tinha saído da cama e estava no chão e ele não conseguia levantá-la.  Dessa vez meu marido foi comigo.  Encontramos ela completamente desorientada... com o nariz cortado (havia batido com ele na cabeceira da cama).  Não se queixava de dor "já quebrei braço, perna o que é um nariz... é só colocar um bandaid" dizia ela.
Colocamos ela na cama e decidi ficar com meu marido na sala até que ela dormisse.  Saímos da casa dela por volta de meia noite e meia, quando estava tudo silêncio.  
No dia seguinte (domingo), acordei as 5,30 e disparei pra lá... estava muito tensa e preocupada se ela havia dormido mesmo.  Meu pai já está muito cansado (eu tenho pena dele), sei o quanto está sendo difícil pra ele isso tudo que vem acontecendo.  Ao chegar na casa dela escuto uns gemidos.  Era ela deitada no colchonete toda torta, sem conseguir se mexer... Estava completamente travada.  Depois de muitas tentativas conseguimos colocá-la na cama.  Estava vendo a situação de minha mãe piorar minuto a minuto.  Fiquei com medo de dar o risperidona da manhã.  Depois de mto pensar e conversar com algumas pessoas que tb tem a mãe com Alzheimer, resolvi que ia seguir as recomendações do médico e dei o remédio (Risperidona) pela manhã.  O diferencial é que minha mãe além do Alzheimer tem Parkinson.  Mas mesmo assim segui as prescrições do médico e dei o remédio.  Logo uma hora após a ingestão do medicamento, me arrependi profundamente.  Minha mãe não estava mais conseguindo falar... a língua enrolava... chorava e orava ao modo dela.  Só conseguia entender "Senhor me ajuda"... A lágrima correndo em meus olhos.... tentei dar o almoço dela mas ela rejeitou... não quis comer... então foi a gota d'água.  Levei-a para a cama e ao meu lado ela conseguiu adormecer um pouco.  No final do dia (ontem) ela já estava falando algumas palavras (falou até com minha irmã ao telefone).  Perguntei se ela queria lanchar e ela disse que sim.  Preparei uma vitamina pra ela e ela bebeu tudo.  Perguntei se ela queria mais e ela disse que queria um pãozinho...rs  Comeu com dificuldade mas comeu.
Aos poucos foi se recuperando.  Voltando a falar... mas o caminhar estava mto prejudicado.  
Coloquei-a na cama por volta das 5hs e disse que voltaria mais tarde.  Ela adormeceu e quando voltei estava de um jeito que eu coloquei a fralda, dei os remédios da noite e ela nem se mexeu... profundamente adormecida.  Obs. Não dei mais o Risperidona da noite.


Ela se levantou, pediu para ir ao banheiro, foi caminhando, com dificuldade, mas foi.  Depois sentou-se na sala, tomou o café da manhã.  Tornou a pedir para ir ao banheiro... e depois pediu para ir para a cama.

Agora estou numa dúvida ... Em quem devo confiar? no médico dela ou em minha intuição?  

Marquei um geriatra pra ela - próxima quinta-feira.  Vamos ver o que ele vai dizer.  Enquanto não chega a quinta vou me consultando com o médico dos médicos e pedindo a ele muita luz, entendimento, paciência e força. 

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Aos poucos vou acertando aqui, aparando ali e as coisas vão se ajeitando

Ontem dei o remédio de dornir mais tarde para minha mãe e foi ótimo pois ela dormiu a noite toda.

Na hora do almoço a cuidadora falou que ela ficou chamando pelas filhas... 

Qdo cheguei do trabalho minha mãe disse pra gente ter fé pq as filhas delas iam chegar...

Será que ela esqueceu da porta ... e agora partiu para as filhas. 

Manias

Eu e a cuidadora temos um caderno onde anotamos tudo o que acontece com minha mãe durante o dia/noite.
Atualmente tenho que fazer minhas anotações quando ela se deita, pois se ela me ver escrevendo, fica desconfiada achando que estou fazendo queixa dela para a cuidadora...rs

Agora ela também tem mais uma mania.  Todos os dias ao se deitar diz que no dia seguinte tem que dar 50 voltas ao redor do predio.  No dia seguinte ela fica realmente animada e pede para caminhar.


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A prática nos leva a perfeição ...

O dia de ontem me causou grande surpresa, pois pensei que minha mãe não compreenderia a volta de minha irmã para SP.  Mas para meu espanto, ao chegar na casa dela no final do dia, no começo ela pensou que eu era ela, mas logo assim que eu expliquei ela entendeu que ela precisou voltar para SP e tudo ficou em paz.

Esta noite ela dormiu bem.  Mas o dia é sempre bem agitado.  Hj eu fui a Cuidadora dela e ela se comportou direitinho.  Fora as coisinhas corriqueiras que já faz parte do dia a dia dela, como não saber onde fazer suas necessidades, querer dar várias voltas em volta do prédio, pedir para abrir a porta... mas tudo contornável.  

Estou aprendendo a conviver a cada dia que passa com suas mudanças.  Não é fácil.  Mas Deus vai me dando força.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Um domingo de sol e família


Ontem não postei.  Foram muitas emoções.


Minha mãe teve uma pequena crise pela manhã.  Meu pai comentou que ela não gostava de um chinelo que eu o havia dado no dia dos pais.  Ela ouviu e desencadeou uma crise de “choro”.

Levei para minha casa logo cedo.  Estava muito feliz por ter a família reunida.  Fizemos um churrasco e o dia foi mto bom!  Colocamos algumas músicas antigas para ela recordar.  Ela fechava os olhos e levantava os braços como se tivesse fazendo uma longa viagem pelo passado.  Sentíamos o quanto ela estava feliz.  Ao ouvir a música Bate o Pé do Roberto Leal, não se conteve e  ameaçou se levantar.  Segurei em suas mãos e ela se ergueu e começou a bater o pé e a cantar... rs  Meu marido não se conteve e começou a chorar (ele já presenciou algumas crises dela e ficou mto feliz por ver que em alguns momentos a gente consegue dominar essa doença maldita).  Foi um dia e uma tarde maravilhosa!

Eu e minha irmã a levamos em casa a tardinha e ela fez uma certa mal criação para tomar banho.  É uma das coisas que a aborrece atualmente: tomar banho.

*.*

Hoje ao chegarmos pela manhã na casa dela, soubemos pelo meu pai que ela gritou das 22 as 23,45 na noite anterior.  Depois de algumas orações ela se calou e dormiu.

Quando chegamos ela ainda estava dormindo, mas logo acordou, tomou o café da manhã e continuou um pouco na sala.  Ao saber que a cuidadora estava para chegar pediu para ir para a cama e acabou adormecendo.

Acho que a modificação que o médico fez nos remédios dela, aos poucos está surtindo efeito.

sábado, 3 de setembro de 2011

Um dia quase perfeito

Encontrei minha mãe de pé na sala ao chegar la pela manhã.  Meu pai disse que ela dormiu ate as 4 hs e em seguida começou a gritar... mas se calou e ficou perambulando pela casa até que eu cheguei.
Tomou o café da manhã e ficamos de papo na sala aguardando pela chegada da minha irmã de SP (surpresa pra ela).  Ficou muito emocionada a ver a Fatima e muito feliz ao ver todas as filhas.  
Passou bem durante toda a manhã.  Almoçou bem.  Só na hora do banho é que não queria tirar a roupa.  Queria tomar banho de roupa.  
A tarde nós lanchamos, vimos fotos da família no computador e ela achou que as pessoas do computador eram reais.... acho que ela pensa que as pessoas estão dentro do computador, assim como ela acha que as pessoas da TV tb são reais...
Depois vim para minha casa, mas acredito que ela tenha passado o final do dia bem.  Tomara que a noite deles tb seja de paz.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Perambulação

Hoje cheguei na minha mãe e encontrei-a dormindo.  Meu pai disse que ela ficou gritando de 1 as 3 da manhã.  Ou seja uma noite agitada como todas as noites dessa semana.  Estava mais do que decidido que iria falar com o medico dela hoje.
Esperei ela acordar.  Acordou tranquila, tomou o café da manhã, mas já não estava com aquele apetite do dia anterior.  Disse que queria caminhar.  Como aqui no Rio está frio peguei o casaco dela, pois ela queria caminhar no quintal.  Ela não quis colocar o casaco de jeito nenhum.  Caminhou sozinha.  Deu seis voltas no quintal e em cada volta completa ela entrava em casa ia no quarto, cozinha e voltava para o quintal.   Sete vezes ela fez o mesmo percurso.  Na ultima volta ela já demonstrava cansaço mas não deu o braço a torcer.  Falei com ela que já bastava mas ela teimou e saiu e acabou caindo.  Não se machucou, pois eu consegui segura-la.   Não deixei mais ela sair.  Fechou a cara pra mim com raiva.
Deixei ela com meu pai e parti para o medico.  Ele falou tudo o que eu já sabia.  Todo esse disturbio comportamental é da doença.  E ele ia montar os remedios de maneira que ela ficasse mais calma.  Ele dobrou a dose de calmante.  Insistiu na administração do ALOIS que eu tinha parado pq achei que não estava ajudando mto.  Ele disse que o organismo precisa se adaptar ao remedio.  Que eu tivesse paciência pois ela esta tomando os melhores remedios para a doença dela.
Pelo que eu li no diário o dia foi um pouco mais tranquilo que o de ontem, embora ela ainda tenha gritado um pouco.
Agora a noite, depois que a cuidadora foi embora, ela gritou um pouco.   Meu pai ficou em oração e depois de algum tempo ela se calou.
Tomara que essa nova dosagem de remedios dê algum resultado.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Help

Embora minha mãe tenha dormido a noite toda, acordou as 5,30 e imediatamente começou a gritar: “ABRE ESSA PORTA! ABRE ESSA PORTA!”  Por sorte eu acordei as 5,15 e às 5,40 eu já estava lá.  Já cheguei falando:  “Porque esse escândalo a essa hora?”  Ela que estava gritando de olhos fechados, abriu os olhos e quando me viu se calou e tornou a deitar.  Disse a ela que continuasse deitada, sem gritar, pois eu iria preparar o café da manhã.  Ali ela permaneceu.
As 6hs já com o café pronto, o leite quente e os sanduiches prontos, fui até o quarto e desliguei o ventilador.  Ela abriu os olhos (um olhar estranho) e pediu para ir ao banheiro.  Levei-a ao banheiro e depois se sentou na sala para comer.  Acabou de comer e tornou a se deitar, disse que queria voltar pra cama.  Falei que tudo bem desde que ela ficasse quieta.  Tornei a dizer que não queria gritos.  Ela permaneceu deitada até as 7,30. 
Levantou-se e foi para a cozinha a procura de comida.  Falei com ela para se sentar (eu já havia preparado o mamão com sucrilhos que ela come todos os dias).  Comeu tudo e tornou a se levantar dizendo que iria na cozinha.  Perguntei o que ela queria na cozinha e ela respondeu alguma coisa para comer.  Falei que ela já tinha comido e perguntei se ela ainda estava com fome.  Ela disse que sim.  Dei uma banana pra ela mas não foi o suficiente.  Ela ainda queria mais.  Então dei alguns biscoitos e um copo de mate.  Ela comeu tudo como se estivesse desesperada de fome.  E queria mais... então mudei de assunto e convidei-a para caminhar.  Ela aceitou... ufa!
Demos algumas voltas dentro de casa e ela logo se cansou e pediu para deitar no sofá. 
Passou o dia alternando entre seu estado normal e crises.
Após o soninho pos-almoço começou a gritar pelos vizinhos, até que alguns deles apareceram para ver o que estava acontecendo.  Viram o quanto ela estava nervosa mas compreenderam que era da doença.
Minha mãe tentou tirar a roupa hj, mas a cuidadora a impediu de fazer isso, falando que se ela tirasse a roupa ficaria resfriada.
Quando cheguei do trabalho, a vizinhança estava toda na janela conversando com meu pai e minha mãe no quarto aos berros "ABRE ESSA PORTA!" com todas as portas abertas e a luz do quarto acesa.  Quando entrei no quarto parecia que tinha passado um furacão.  As gavetas estavam no chão e tudo que estava dentro das gavetas também.  Assim que ela me viu e me ouviu (já fui pedindo para que ela parasse com o escandalo) ela se calou.  Dei os remedios e em cinco minutos ela dormiu.
Estou numa situação que so Deus pode me ajudar.  Me expliquei com os vizinhos e pedi desculpa pelos constantes gritos.  Expus a eles a doença da minha mãe, e disse que essa fase em que ela se encontra é muito dificil.  Ela se torna agressiva, tem constantes variações de humor e comportamento alterado.  Falei tambem que eu não tenho coragem de interná-la, porque ela ainda está lucida.  Eles concordaram comigo e acho que entenderam tudo o que falei. 
Hoje converso com o medico dos medicos.  
Amanhã vou conversar com o médico dela.  Estou desorientada. Não sei o que fazer.